domingo, 7 de novembro de 2010

Infidelidade Congênita



Sábado estava em um bar, com algumas amigas, e por acaso ouvi um Funk que me chamou a atenção por sua letra, o refrão da música dizia o seguinte:

“No mundo em que vivo, não vale a pena ser fiel
Quem vive de amor é dono de motel.
Para que eu vou amar, se mais tarde eu posso sofrer
Pois não sei o sentimento que está dentro de você
Hoje em dia o bagulho ta louco, ta todo mundo mentindo
Por isso que eu vou continuar traindo...”.

Será que a fidelidade está tão banalizada e desacreditada assim?

Não sei, mas Nelson Rodrigues já dizia que amar é ser fiel a quem nos trai. Falando em Nelson, era notório em sua obra o tema da traição. Em seus contos quase sempre era possível achar algum personagem infiel.

Onde eu morava tinha um amigo, que tinha um relacionamento fixo com duas mulheres, conhecia a família das duas e amava as duas. Uma era amor, nela ele se sentia seguro, era carinhosa, puritana e dedicada e a outra sentia paixão, um imenso tesão, com ela, ele podia se realizar sexualmente, podia se entregar aos desejos da carne.

Dessa história infelizmente eu não sei o final, não sei se ele continuou com esse relacionamento dúbio, se já casou com uma das duas, ou se foi abandonado pelas duas.

Ele assim, como muitos homens era um canalha, mas um canalha com princípios, com sentimentos nobres em relação às duas mulheres de sua vida. Não era uma relação onde ele engana a namorada e usa a amante vendo a mesma como um pedaço de alcatra, era algo lúdico, mesmo sendo absurdo, de acordo com o padrão de monogamia atual.

Muitas vezes a pessoa trai por carência, auto-afirmação, vingança, vaidade, fetiche, bebedeira…etc). Razões não faltam para tal feito.

Homens e mulheres traem muito mais do que há 30 anos, com a liberação sexual e a liberdade conquistada pelas mulheres, fez com que aumentasse o número de mulheres que traem, mas ainda assim, o homem se supera nesse quesito.

O homem é mais sexual, mais carnal, por isso que na maioria das vezes trai na primeira oportunidade que tiver. O homem quando trai deixa o coração de lado, somente usa o corpo. Ele pode trair simplesmente por desejo de ocasião, sem deixar de amar sua mulher.

Já a mulher em sua maioria, trai com o coração, invariavelmente a mulher precisa de um motivo que justifique sua traição, ao contrário de muitos homens que necessitam apenas de uma oportunidade, para consumar tal ato.

A internet é uma vilã, que facilita ainda mais algum possível deslize. Em salas de bate-papo a mulher cândida, resignada, pode encontrar um homem que sinta desejo por ela, coisa que o marido deixou de sentir.
Em sites de relacionamentos, maridos entediados buscam sexo fácil, um outro corpo para fugir da rotina angustiante que se transforma o casamento, como acontece em muitos casos.

Fatos como esse do meu amigo, relacionado à traição, me faz lembrar de uma frase de um amigo gaúcho, que disse certa vez, quando estávamos falando sobre o tema que:“cachorro só fuça o lixo do vizinho quando não se tem comida em casa”.

Analogia genial, na maioria dos casos, que vai de encontro ao que eu penso, pois acredito que a fidelidade em si, esteja atrelada ao tesão, ao desejo que se tem em relação a pessoa que deita ao seu lado, em sua cama.

A infidelidade é congênita, e estamos propícios a pular a cerca desde o nascimento, está enraizado em nossos genes, que provém de nossa árvore genealógica, onde a poligamia era praticada por nossos antepassados. Sendo que no oriente médio, tal prática é usada até os dias de hoje.

A solução para fugir de uma eventual traição, pode ser simples, é sempre bom dar asas a nossa imaginação aos nossos desejos, buscar a realização da nossa fantasia, sem ter constrangimento de pedir para a pessoa que está ao nosso lado. Uma visita a um sex shop, pode ser a solução para evitar, uma possível traição e por conseqüência o término de um relacionamento. O baralho ou o livro do Kama Sutra é uma boa pedida, pois não é por acaso que as posições do Kama Sutra, fazem sucesso entre os casais, desde o século IV.
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